Grávida pode pintar paredes ou ficar perto do cheiro de tinta?
Escrito para o BabyCenter Brasil
Escrito para o BabyCenter Brasil
Grávida precisa tomar alguns cuidados para pintar paredes ou ficar por perto quando um ambiente está sendo pintado. A resposta sobre se ela pode ou não sentir o cheiro dessas tintas e trabalhar com ela depende do tipo de tinta.
Algumas tintas contêm substâncias com as quais você deve evitar o contato durante a gravidez. Em geral, tintas possuem pigmentos ou corantes que ficam em suspensão em um líquido que, por sua vez, pode conter solventes, aditivos secantes, diluentes e outros componentes. Os pigmentos presentes na tinta podem conter metais como chumbo, zinco e alumínio.
Tinta acrílica (ou à base de látex)
Esse é o tipo de tinta mais comum no mercado para paredes. Ela não contém solventes, pode ser limpa com água e sabão, e é, em geral, considerada segura para o uso e o contato durante a gravidez -- desde que o local que esteja recebendo a pintura seja bem ventilado.
Existem versões hoje com cheiro reduzido -- depois de algumas horas da pintura, quase não há mais odor.
Mas, se o cheiro da tinta incomodar você, vá para um lugar ao ar livre e peça para outra pessoa terminar o serviço.
Tinta a óleo e esmalte
Os esmaltes à base de óleo contêm solventes e têm de ser limpos com terebintina ou aguarrás mineral. Eles são usados para pintar superfícies como madeira e metal, e têm cheiro forte.
Alguns estudos científicos mostram que, ao longo dos anos, o contato com solventes pode aumentar o risco de aborto espontâneo, e que a proximidade mais constante e contínua com o produto pode aumentar as chances de um bebê com problemas físicos congênitos ou dificuldades de aprendizado.
Portanto, o uso deste tipo de tinta – ou mesmo o contato com seus odores – não são recomendados durante a gestação.
Você pode pedir para outra pessoa realizar o trabalho com tinta a óleo em sua casa, mas não fique por perto enquanto a pintura estiver sendo feita. Deixe a casa e os ambientes bem ventilados após terminado o serviço. Não há problemas se você ainda sentir o cheiro da tinta depois disso. Enquanto não se sentir mal por causa dos odores, não há riscos para o bebê.
Não se preocupe se você fez alguma pintura ou teve contato com tintas a óleo antes de saber que estava grávida, pois as chances de ter prejudicado o bebê são muito pequenas.
Se você trabalha diretamente com tintas a óleo ou tem um contato permanente com o material por causa da sua profissão, tome os seguintes cuidados:
- Diminua o número de horas em contato com este tipo de tinta. Como é difícil precisar exatamente o tempo mais seguro de proximidade, você é quem deve julgar. Se em algum momento você se sentir indisposta por causa do cheiro forte, interrompa o que está fazendo e vá para algum lugar aberto tomar um pouco de ar fresco até se sentir melhor.
- É fundamental que o ambiente de trabalho seja bem ventilado. Mantenha as janelas abertas para evitar a inalação dos odores da tinta e utilize uma máscara para filtrar partículas e gases prejudiciais.
- Use luvas, calças e camiseta de manga comprida para proteger sua pele do contato com a tinta.
- Para evitar a ingestão acidental de substâncias químicas, não coma nem beba nada no local onde está usando a tinta a óleo.
Cuidado na hora de lixar, por causa do chumbo de tintas antigas
O Brasil tem uma legislação que determina um limite máximo para a quantidade de chumbo presente nas tintas. Mas a lei é recente, e esse tipo de material foi amplamente utilizado antes disso em muitas construções. Por isso é preciso evitar trabalhar ou entrar em ambientes que estejam passando por reformas e onde a pintura esteja sendo descascada ou lixada.
Você pode acabar inalando partículas de chumbo, o que pode ser prejudicial a você e ao bebê.
Deixe o trabalho de remoção de pinturas antigas para outra pessoa e só permita que ele seja realizado quando você não estiver por perto. Só volte a entrar no ambiente depois que a tinta anterior e a poeira tiverem sido removidas.
Sobre defeitos congênitos
Qualquer pessoa pode ter um bebê com malformações ou defeitos congênitos. É um problema que atinge entre 3 a 5% dos bebês. Acredita-se que menos de 10% desses defeitos sejam provocados por agentes teratogênicos, como o álcool, drogas, medicamentos, doenças da mãe e produtos químicos. (Um agente teratogênico é algo que altera o desenvolvimento do feto). Ou seja, na maioria dos casos o defeito não é "culpa" de nada que a mãe tenha feito.
Mesmo assim, cuidar-se durante a gravidez -- mantendo uma alimentação balanceada, evitando álcool e drogas, e só tomando medicamento sob prescrição médica -- vai aumentar as chances de ter um bebê saudável.
O contato rápido e cuidadoso com tintas e seus odores não deve aumentar o risco de seu bebê apresentar problemas.
Por Lori Wolfe, especialista em genética
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigada por comentar!